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Priorização a língua falada em relação à língua escrita.


 A língua não é, como muitos acreditam, uma entidade imutável, homogênea, que paira por sobre os falantes. Pelo contrário, todas as línguas vivas mudam no decorrer do tempo e o processo em si nunca para. Ou seja, a mudança linguística é universal, contínua, gradual e dinâmica, embora apresente considerável regularidade.
 
A crença em uma língua estática e imutável está ligada principalmente à normatividade da gramática tradicional, que remonta à Grécia Antiga, numa época em que os estudiosos estavam interessados principalmente em explicar a linguagem usada nos textos dos autores clássicos e em preservar a língua grega da "corrupção" e do "mau uso". A língua escrita - especialmente a dos clássicos - era tão valorizada que era considerada mais pura, mais bonita e mais correta do que qualquer outro tipo de linguagem. A linguística moderna, no entanto, prioriza a língua falada em relação à língua escrita por vários motivos, dentre eles pelo fato de que todas as sociedades humanas conhecidas possuem a capacidade da fala, mas nem todas possuem a escrita.

Considerações Importantes:

 Todas as variações estão presentes tanto na língua falada quanto na língua escrita.
Podemos, inclusive, encontrar (e usar) as variações linguísticas em diferentes contextos de produção escrita.
 É importante compreender as variações linguísticas para melhor usar a língua em diferentes situações. Utilizar a língua como meio de expressão, informação e comunicação requer, também, o domínio dos diferentes contextos de aplicação da língua.
O idioma pode ser um instrumento de dominação e discriminação social. Devemos, por isso, respeitar as linguagens utilizadas pelos diferentes grupos sociais. Existe uma variedade de língua padrão, que é a variedade linguística de maior prestígio social. Aprendemos a valorizar a variedade padrão porque socialmente ela representa o poder econômico e simbólico dos grupos sociais que a elegeram como padrão.
A influência da mídia.
 A influência da mídia também ajuda com o preconceito sobre o nordeste, ela trata os nordestinos como um povo triste, pobre, com fome, cansado, sem inteligência. Em reportagens não é muito comum ouvir falar do Nordeste como uma região de beleza e sim de miséria , a primeira imagem que se tem do Nordeste para as demais regiões do Brasil ( principalmente o Sudeste ) é gente sofrida com lata d'água na cabeça, ou em pequenas carroças puxadas por burros e com fé de que logo irá chegar o período das chuvas e tudo irá melhorar. Essa é a imagem que a mídia passa para o público.
 
Ocultar o que é realmente o Nordeste, só contribui cada vez mais para a exclusão dessa região, as pessoas independentes de suas regiões devem ser respeitadas mesmo com sotaques e gírias distintas.
 Curiosidades
● As diferenças características entre a forma de falar dos baianos e dos pernambucanos, por exemplo, é destacado a existência da barreira natural entre os estados, que era o rio São Francisco, impedindo que, antes da construção de pontes sobre o rio, houvesse uma troca cultural mais intensa.
● Pernambuco mandava do lado esquerdo do São Francisco e a Bahia, do direito. Pernambuco, então, levou a língua para todo o nordeste até o rio Parnaíba, que era outra barreira natural. Com o tempo tivemos outras mudanças (que influenciaram o falar local): vieram os holandeses; nós éramos um porto até meados do século XX bastante movimentado. Quer dizer: os Pernambucanos tiveram uma história diferente da Bahia e do resto do Brasil. Durante os dois primeiros séculos de colonização, a Bahia e Pernambuco foram os dois maiores centros. Tanto que o movimento literário Barroco foi na Bahia e Pernambuco. Depois a exploração das minas de ouro, e deslocou-se o centro dos interesses para Minas Gerais, quando surgiu o Arcadismo. Depois disso, o interesse se desloca para o Rio de Janeiro, porque em 1808 a família real vem para o Brasil trazendo 15 mil cortesãos que se instalaram ali. O Rio de Janeiro passou a ser o modelo da língua em todo o Brasil – e ainda ostenta esse título que foi reconhecido em dois congressos de língua falada. E São Paulo vem depois, com 1922 (a Semana de Arte Moderna). O Nordeste deixou de ser o foco da língua portuguesa.
● O jeito de falar na Paraíba sofre uma grande transformação da forma como se fala em Pernambuco, por exemplo. Não apenas em relação ao sotaque. São expressões completamente diferentes em estados vizinhos para designar a mesma coisa. É uma riqueza linguística tão grande que nem se parece estar na mesma região.
● Uma peculiaridade gramatical do português falado no Nordeste são: a omissão do artigo definido antes de nome próprio com a função implícita e instintiva de diferenciar objetos, animais e coisas de pessoas e afins, poupando assim artigos que seriam desnecessários.


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