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Linguagem Formal e Informal.


A linguagem formal e informal representa duas variantes linguísticas, ou seja, são dois tipos de linguagem (visual, oral ou escrita) utilizadas em contextos e/ou situações distintas com o intuito de comunicar.
Assim, enquanto a linguagem formal ou culta está pautada no uso correto das normas gramaticais bem como na boa pronúncia das palavras, a linguagem informal ou coloquial representa a linguagem cotidiana, ou seja, espontânea, regionalista e despreocupada com as normas gramaticais. Muito importante diferenciar essas duas variantes posto suas utilizações em determinadas situações, ou seja, quando falamos com amigos e familiares utilizamos a linguagem informal, entretanto, se estamos numa reunião na empresa, uma entrevista de emprego ou escrevendo um texto, devemos utilizar a linguagem formal.


                          










            


 O Brasil é um país grande, cheio de diversidade, seja de etnias, seja de fauna e flora, seja de linguagem. Sim, você não leu errado, eu escrevi mesmo "linguagem". Mas, aí você me pergunta, por que linguagem? A Língua Portuguesa não é uma só?
Sim, a Língua Portuguesa pode ser uma, dividida em duas variantes: a original, aquela de Portugal, e a nossa, que também é dividida em mais duas variantes: locais e gírias.
Ainda com dúvida? Bom, vamos exemplificar. Peguemos uma palavra muito usada, (não leve na malícia ok?) mandioca. Nesse extenso e rico país em que vivemos, não é usado apenas a palavra "mandioca", para se referir à raiz, certo? "Mandioca" é o termo usado aqui no sudeste. Mas temos outras tantas variantes, para se referir a esta raiz: macaxeira, aipim, maniva, pão-de-pobre, castelinha.... e por aí vai.
E é exatamente sobre isso que iremos tratar aqui nesse blog: a variação linguística, só que, ao invés de falarmos sobre todo o país, vamos focar no nordeste!

Referências Bibliográficas

Priorização a língua falada em relação à língua escrita.


 A língua não é, como muitos acreditam, uma entidade imutável, homogênea, que paira por sobre os falantes. Pelo contrário, todas as línguas vivas mudam no decorrer do tempo e o processo em si nunca para. Ou seja, a mudança linguística é universal, contínua, gradual e dinâmica, embora apresente considerável regularidade.
 
A crença em uma língua estática e imutável está ligada principalmente à normatividade da gramática tradicional, que remonta à Grécia Antiga, numa época em que os estudiosos estavam interessados principalmente em explicar a linguagem usada nos textos dos autores clássicos e em preservar a língua grega da "corrupção" e do "mau uso". A língua escrita - especialmente a dos clássicos - era tão valorizada que era considerada mais pura, mais bonita e mais correta do que qualquer outro tipo de linguagem. A linguística moderna, no entanto, prioriza a língua falada em relação à língua escrita por vários motivos, dentre eles pelo fato de que todas as sociedades humanas conhecidas possuem a capacidade da fala, mas nem todas possuem a escrita.

Considerações Importantes:

 Todas as variações estão presentes tanto na língua falada quanto na língua escrita.
Podemos, inclusive, encontrar (e usar) as variações linguísticas em diferentes contextos de produção escrita.
 É importante compreender as variações linguísticas para melhor usar a língua em diferentes situações. Utilizar a língua como meio de expressão, informação e comunicação requer, também, o domínio dos diferentes contextos de aplicação da língua.
O idioma pode ser um instrumento de dominação e discriminação social. Devemos, por isso, respeitar as linguagens utilizadas pelos diferentes grupos sociais. Existe uma variedade de língua padrão, que é a variedade linguística de maior prestígio social. Aprendemos a valorizar a variedade padrão porque socialmente ela representa o poder econômico e simbólico dos grupos sociais que a elegeram como padrão.
A influência da mídia.
 A influência da mídia também ajuda com o preconceito sobre o nordeste, ela trata os nordestinos como um povo triste, pobre, com fome, cansado, sem inteligência. Em reportagens não é muito comum ouvir falar do Nordeste como uma região de beleza e sim de miséria , a primeira imagem que se tem do Nordeste para as demais regiões do Brasil ( principalmente o Sudeste ) é gente sofrida com lata d'água na cabeça, ou em pequenas carroças puxadas por burros e com fé de que logo irá chegar o período das chuvas e tudo irá melhorar. Essa é a imagem que a mídia passa para o público.
 
Ocultar o que é realmente o Nordeste, só contribui cada vez mais para a exclusão dessa região, as pessoas independentes de suas regiões devem ser respeitadas mesmo com sotaques e gírias distintas.
 Curiosidades
● As diferenças características entre a forma de falar dos baianos e dos pernambucanos, por exemplo, é destacado a existência da barreira natural entre os estados, que era o rio São Francisco, impedindo que, antes da construção de pontes sobre o rio, houvesse uma troca cultural mais intensa.
● Pernambuco mandava do lado esquerdo do São Francisco e a Bahia, do direito. Pernambuco, então, levou a língua para todo o nordeste até o rio Parnaíba, que era outra barreira natural. Com o tempo tivemos outras mudanças (que influenciaram o falar local): vieram os holandeses; nós éramos um porto até meados do século XX bastante movimentado. Quer dizer: os Pernambucanos tiveram uma história diferente da Bahia e do resto do Brasil. Durante os dois primeiros séculos de colonização, a Bahia e Pernambuco foram os dois maiores centros. Tanto que o movimento literário Barroco foi na Bahia e Pernambuco. Depois a exploração das minas de ouro, e deslocou-se o centro dos interesses para Minas Gerais, quando surgiu o Arcadismo. Depois disso, o interesse se desloca para o Rio de Janeiro, porque em 1808 a família real vem para o Brasil trazendo 15 mil cortesãos que se instalaram ali. O Rio de Janeiro passou a ser o modelo da língua em todo o Brasil – e ainda ostenta esse título que foi reconhecido em dois congressos de língua falada. E São Paulo vem depois, com 1922 (a Semana de Arte Moderna). O Nordeste deixou de ser o foco da língua portuguesa.
● O jeito de falar na Paraíba sofre uma grande transformação da forma como se fala em Pernambuco, por exemplo. Não apenas em relação ao sotaque. São expressões completamente diferentes em estados vizinhos para designar a mesma coisa. É uma riqueza linguística tão grande que nem se parece estar na mesma região.
● Uma peculiaridade gramatical do português falado no Nordeste são: a omissão do artigo definido antes de nome próprio com a função implícita e instintiva de diferenciar objetos, animais e coisas de pessoas e afins, poupando assim artigos que seriam desnecessários.


As diferenças linguísticas nos Estados do Nordeste e Cordel/poesia - "DIALETOS NORDESTINOS":


 As diferenças linguísticas nos Estados do Nordeste.
O nordeste é composto por nove Estados e as suas diferenças linguísticas dentro de um só e entre os demais são grandes.
O sotaque do baiano de Salvador não é igual ao sotaque do baiano de barreiras, região próxima do Centro Oeste que tem influências linguísticas de Goiás.
Também não é igual ao sotaque do pernambucano de Recife que puxa o “s” das palavras. O nordeste não é formado pelos nordestinos e sim por baianos, sergipanos, alagoanos, pernambucanos etc.
O preconceito regional e linguístico são fenômenos sociais pouco debatidos, com isso, muitas vezes as vítimas destes preconceitos não conseguem ter discernimento claro de que quando alguém a olha e a julga diferente, não só por sua maneira de falar, mas também por sua origem, é uma atitude opressora e discriminatória.


2.10 Cordel/poesia - "DIALETOS NORDESTINOS":
(IVONE ALVES SOL 19/06/2011)
Chamamu” de dialeto
O linguajar popular
O que segue nesses “versu”
Logo vai nos “expricar” (Sol)


"O jeito de se “ixpressá”
“Vareia” em cada região
No nordeste arribá
É tirar coisa do chão" (Caíque Peixoto)


"Nossa língua é porreta
É formal e informal
Perna torta é zambeta
Insistente, cara de pau" (Ícaro Davi)


"Pró Fabi está “imbuxada”
Tem um bebê na sua pança
O marido camarada
Espera sua criança" (Milena Oliveira)


"O “mininu” avexado
Que gosta de “tocá” corneta
Com 18 anos é macho
Passa “gostá” de lambreta" (Lorraine Suria)


Homi que fais” casa
Pode se cortar na pedra
A ferida que lhe causa
É chamada de pereba" (Diego Santana)


"Zé ainda é frangote
“Mais” pensa que é grande
Se “crescê” será “pu” sorte
Se livrará desse vexame" (Diana Soares)


"Chapa quente queima a pele
Chapa fria é dentadura
Quando “véia” até fede
“Mais” “selve” a quem usa" (Victor Hugo)


"Moça “bunita” é formosura
Os “zomi” gosta de oiá
E com toda belezura
A moça segue a andar" (Douglas Lordelo)


Eita” Nordeste “Vareiado”
Ninguém lá é bocó
Novidade é babado
Se nada sabe é brocoió" (Querem Improta)


"Aqui tem gente arrochada
E também gente medrosa
Basta ouvi uma gargalhada
Que se esconde “atrais” da porta" (Danilo Lopes)


"Aqui tem gente chinfrim
Mas também tem gente rica
Tem quem coma aipim
E quem fique sem “cumida”. (Tázio Dieudonné)


"Nossa terra quando “móia”
A gente “isquece” a seca
A plantação cresce na roça
E “nois inchemu” a cesta" (Giovana Sousa)


"Falta d’água é “pobrema”
“Pressa” gente do sertão
O “bãe” de dona Jurema
É de cuia de sabão" (Yasmin Alcântara)


Vamu” terminar essa prosa
De dialeto nordestino
Gente que vive na roça
Tem que “acordá” cedinho" (Vinicius Murta).
Variação Regional Nordestina.
Foi através do nordeste do país que a língua portuguesa se fixou em nosso território. O início da colonização portuguesa se deu justamente entre os estados de Pernambuco e Bahia. O dialeto nordestino pode ser dividido em dois grandes blocos: dialetos nordestinos setentrionais e os nordestinos meridionais (baianos ou nordestinos
do sul).
  • O dialeto nordestino setentrional: formado pelos dialetos nordestino do norte e do centro (central), além de abranger uma parte do dialeto nortista, que, na jurisdição da região Nordeste, passa a ser denominado meio-norte ou maranhense.
  • O dialeto baiano: pode ser dividido em "baiano do oeste" e "baiano do recôncavo". Dessa forma, pode-se definir outra diferenciação, sendo em três grandes dialetos da região, dispensando os termos setentrional e meridional.

    Exemplos de Vocabulário Nordestino:
  • - Canhenga: ser mão
    de vaca, mão fechada
    - ÉÉÉÉÉGUAS:
    situação de espanto
    - ligeiro: rápido
    - Brocado: com muita
    fome
    - Encabulado: algo
    "vergonhoso"
    - Rangar : comer -
    Rango: comida
    - Cabuloso: Estranho
    - Marocar : espiar
    - Ralado: chato, sem
    graça
    - "Bora vazar" : vamos
    Sair (pegar o beco)
    - Aziado: festa sem
    graça (aqui ta muito
    aziado)
    - Galudo: louco
    - Só na mãnha: dirigir
    devagar, lento e calmo.
    -Ôxe ou Oxente -
    expressões de surpresa
    -Mainha / Painho - Mãe
    / Pai
    -Voinho / Voinha - Avô
    / Avó (apesar de eu não
    chamas meu avós de
    voinho e voinha)
    -Vixe ou Vije -
    interjeições de espanto
    -Avexar - ir rápido, ex:
    se avexe não!
    -Arenga - briga (minha
    mãe sempre me dizia
    para eu não arengar
    com meus irmãos)
    -Avacalhar - atrapalhar
    -Bexiga (pronunciado
    bixiga) - coisa, objeto
    desprezível
    -Frouxo - medroso
    -Fuleiro - pessoa sem
    valor, ou que passa sem
    falar
    -Lábia - ato de enganar
    -Lapada - pancada
    -Massa - coisa boa
    -Mangar - zombar
    -Mulesta - expressão de
    raiva
    -Pé de cana
    -cachaceiro
    -Munganga - palhaçada
    -Zuada - barulho
    -Pisa - surra, bater
    -Punhado - Porção;
    mão cheia.
    -Pru móde - Porque
    -Se abrir - Achar graça
    -Se aprochegue -
    Venha pra cá; chegue
    mais perto.

Apresentação do Blog.