As diferenças linguísticas nos Estados do Nordeste.
O nordeste é composto por nove Estados e as suas diferenças linguísticas dentro de um só e entre os demais são grandes.
O sotaque do baiano de Salvador não é igual ao sotaque do baiano de barreiras, região próxima do Centro Oeste que tem influências linguísticas de Goiás.
Também não é igual ao sotaque do pernambucano de Recife que puxa o “s” das palavras. O nordeste não é formado pelos nordestinos e sim por baianos, sergipanos, alagoanos, pernambucanos etc.
O preconceito regional e linguístico são fenômenos sociais pouco debatidos, com isso, muitas vezes as vítimas destes preconceitos não conseguem ter discernimento claro de que quando alguém a olha e a julga diferente, não só por sua maneira de falar, mas também por sua origem, é uma atitude opressora e discriminatória.
2.10 Cordel/poesia - "DIALETOS NORDESTINOS":
(IVONE ALVES SOL 19/06/2011)
“Chamamu” de dialeto
O linguajar popular
O que segue nesses “versu”
Logo vai nos “expricar” (Sol)
"O jeito de se “ixpressá”
“Vareia” em cada região
No nordeste arribá
É tirar coisa do chão" (Caíque Peixoto)
"Nossa língua é porreta
É formal e informal
Perna torta é zambeta
Insistente, cara de pau" (Ícaro Davi)
"Pró Fabi está “imbuxada”
Tem um bebê na sua pança
O marido camarada
Espera sua criança" (Milena Oliveira)
"O “mininu” avexado
Que gosta de “tocá” corneta
Com 18 anos é macho
Passa “gostá” de lambreta" (Lorraine Suria)
“Homi que fais” casa
Pode se cortar na pedra
A ferida que lhe causa
É chamada de pereba" (Diego Santana)
"Zé ainda é frangote
“Mais” pensa que é grande
Se “crescê” será “pu” sorte
Se livrará desse vexame" (Diana Soares)
"Chapa quente queima a pele
Chapa fria é dentadura
Quando “véia” até fede
“Mais” “selve” a quem usa" (Victor Hugo)
"Moça “bunita” é formosura
Os “zomi” gosta de oiá
E com toda belezura
A moça segue a andar" (Douglas Lordelo)
“Eita” Nordeste “Vareiado”
Ninguém lá é bocó
Novidade é babado
Se nada sabe é brocoió" (Querem Improta)
"Aqui tem gente arrochada
E também gente medrosa
Basta ouvi uma gargalhada
Que se esconde “atrais” da porta" (Danilo Lopes)
"Aqui tem gente chinfrim
Mas também tem gente rica
Tem quem coma aipim
E quem fique sem “cumida”. (Tázio Dieudonné)
"Nossa terra quando “móia”
A gente “isquece” a seca
A plantação cresce na roça
E “nois inchemu” a cesta" (Giovana Sousa)
"Falta d’água é “pobrema”
“Pressa” gente do sertão
O “bãe” de dona Jurema
É de cuia de sabão" (Yasmin Alcântara)
“Vamu” terminar essa prosa
De dialeto nordestino
Gente que vive na roça
Tem que “acordá” cedinho" (Vinicius Murta).